sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Atividade

Escrever uma redação, relacionando violência, mídia e invisibilidade social. Para isso, será necessário escolher algum episódio da história recente para subsidiar seus argumentos.

Nota: 5,0
Data da entrega: 25 de novembro

Links

Parte 1

http://youtu.be/HsduaLwAg-A

Parte 2

http://youtu.be/8uQ7W1Hewlk

ÔNIBUS 174

ÔNIBUS 174
Eugênio Bucci

“Santa TV, olhai por nós”, copyright Jornal do Brasil, 12/12/02
O documentário Ônibus 174, que entrou recentemente em circuito comercial, já foi elogiado por muitos motivos diferentes. E justos. Destaco, entre tantos outros, os méritos jornalísticos do longa-metragem (mais de duas horas!) do diretor José Padilha. Não são méritos jornalísticos quaisquer. São méritos que alcançam uma dimensão estética tão grandiosa que chega a ser assustadora.

Ao narrar o seqüestro do ônibus urbano 174, no Rio de Janeiro, que aconteceu no dia 12 de junho de 2000, o filme consegue ser meticuloso na reconstituição de um episódio particular e preciso no diagnóstico geral. Nisso reside boa parte de sua grandeza - informativa e estética. Detalhe por detalhe, ele reconstitui a tarde em que uns poucos passageiros foram transformados em reféns pelo assaltante Sandro do Nascimento.

O perfil do personagem central é apresentado de modo engenhoso. Passagens de sua biografia vão se encadeando com os lances do seqüestro. Lentamente, as coisas parecem ter uma lógica.
O menino pobre que, aos 6 anos, viu a mãe morrer esfaqueada, que fugiu de casa para virar habitante da rua e que, anos depois, milagrosamente, sobreviveu ao massacre da Candelária, torna-se um adolescente a mais, um como tantos outros a perambular de presídio em presídio, numa carreira desgraçada feita de crimes menores, tormentos, vícios. O incrível é que o documentário vai demonstrando que sua trajetória pessoal, que não teria rumo nenhum, não teria conclusão nenhuma, tem sim um grande sentido narrativo: a fatalidade do final espetacular.

Sim, espetacular. O ônibus rendido e paralisado por Sandro logo é cercado pelas câmeras de TV, todas ao vivo e, claro, pelos policiais. É um superespetáculo. A partir daí, sua tragédia acontecerá diante dos holofotes, dos microfones, para deleite do grande, imenso e pouco respeitável público.
Ali está o sentido de sua vida: a tragédia. ‘Tá pensando que isso aqui é filme de ação?’, ele grita da janela. Ele que - o filme mostra - sonhava com a fama. Ali se consumou o sentido maior de sua vida sem sentido. Diante das câmeras, no instante em que tenta se entregar, ele mata uma refém que não queria matar. Nos minutos seguintes, morre asfixiado nas mãos de dois policiais. A tragédia, escrita pelo acaso e pelo caos, passa na tela como se fosse uma obra-prima de ficção. Há nela uma história muito mais ampla que o episódio particular.

Por aí é que entra o diagnóstico geral que o documentário desvela: a polícia é um aparato definido pela falta de equipamento, pela falta de empenho, pela falta de preparo e pela falta de coração. A polícia é parte da estrutura social baseada na miséria e na violência: ela não é um antídoto contra tudo isso, mas um fator de perpetuação disso tudo. Ônibus 174 acerta no particular (no episódio que narra) e no geral: é uma reportagem devastadora e incontestável. A tragédia de um Sandro anônimo, de milhões de seres invisíveis como ele, revela a tragédia do Brasil inteiro.

Seres invisíveis. Não é por acaso que falo neles. O tema da invisibilidade é, na minha opinião, a melhor virtude do documentário. Entre os entrevistados do filme, o antropólogo e cientista político Luiz Eduardo Soares, ex-coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do Rio de Janeiro, insiste bastante nesse ponto. Para Soares, os seres que, de tão pobres, acabaram condenados à invisibilidade são pessoas impossibilitadas de despertar qualquer emoção que seja nos cidadãos estabelecidos. Segundo ele, a nossa sociedade aprendeu a conviver com as multidões de invisíveis, como as crianças de rua, como se todos fossem um dado da natureza, um fenômeno normal do cotidiano.

A sociedade simplesmente foi deixando de vê-los. Os seres invisíveis não dispõem de nada que lhes permita causar reações nos cidadãos que têm casa, que têm dentes, que têm documento. Para eles, a arma é muitas vezes o único acesso à visibilidade, pois a arma lhes ajuda a despertar no outro uma emoção: o medo. À luz da tese de Luiz Eduardo Soares, que acaba se convertendo num pilar ideológico do documentário, Sandro nada mais é que um ser invisível tentando alcançar um lugar passível de ser olhado. Munido de um revólver, ele procura anunciar que é alguém. Mais ainda: procura proclamar que é alguém para as câmeras de TV, isto é, para o mundo.

A imagem de Sandro, berrando para as objetivas com o rosto para fora da janela do ônibus lembra um afogado que procura pôr a boca para fora d’água em busca de ar. Sandro busca a visibilidade como quem busca o ar, como quem busca a vida. Por isso, aliás, ele sonhava com a fama. Somente a fama, por mais breve que fosse, poderia pacificá-lo. Para a velha senhora que lhe cedeu um cômodo para morar, aquela a quem ele tratava como mãe adotiva, prometera que ficaria famoso e que daria jeito na vida. O pobre sobrevivente da Candelária queria apenas ser visto, queria ser visível, queria ser olhado pelos semelhantes e, se possível, pela entidade que olha por nós, que é a mídia.

Eles, os invisíveis, sabem intuitivamente que a mídia é menos importante para ser vista e muito mais importante para nos ver. Ser visto pelas câmeras de TV equivale a ganhar o direito à existência. A elas, à TV e à mídia, a sociedade implora, todos os dias: olhai por nós. Agora e (ou) na hora de nossa morte. Sandro, quando morreu asfixiado, estava deitado no fundo de um camburão. Longe dos holofotes. Morreu entregue de volta à escuridão da qual jamais deveria ter se atrevido a fugir.”

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Grupo 3: Ideologia e hegemonia na versão de alguns autores

Agora vamos nos preocupar um pouco em retratar como alguns teoricos entendiam os conceitos de hegemonia e ideologia, e a relação que faziam entre ambos.Começaremos com Karl Marx e seu conceito de crítico sobre a ideologia, ele acredita que o conceito ideologia mascara a realidade, este considera a ideologia uma idéia de um discurso com a ação de mascarar um objeto e assim mostrando só a aparência e escondendo as outras qualidades.

“Os pensadores adeptos da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades.” http://pt.wikipedia.org/wiki/Ideologia - consultado em 06/10/2011

Mas também temos o contraponto de alguns teóricos contemporâneos que aderem a ideia de ideologia muito ligada a questões de dominação o que nos leva a debater nos mesmos teoricos os conceitos de hegemonia. Antonio Gramsci foi responsavel pelo conceito de hegemonia politico que conhecemos atualmente que designava a dominação ideologica de uma classe social .

“Particularmente da burguesia sobre o proletariado e outras classes de trabalhadores.”http://pt.wikipedia.org/wiki/Hegemonia - consultado em 06/10/2011

Karl Mannheim possuía como analise central o conceito total de ideologia através da sociologia do conhecimento e segundo ele a ideologia era idéias com base na transcendência de devidas situações e que de fato nunca realizaram efetivamente o seu conteúdo proposto, pois por mais que seja assíduo o fato de haver boas diretrizes para a conduta subjetiva do indivíduo, seus significados quando incorporados com as práticas, os tornavam defeituosos.

“A última e a mais importante etapa de criação da concepção total de ideologia surgiu igualmente do processo histórico-social. Quando a “classe” tomou o lugar do “folk” ou da nação, como portadora da consciência historicamente em evolução, aquela mesma tradição teórica, o que já nos referimos, absorveu a noção de que uma estrutura da sociedade e sãs formas intelectuais correspondentes variam com as relações entre as classes sociais.” (MANNHEIM, 1986, p. 94).

Grupo 5: Hegemonia Cultural Brasileira

Entende-se por hegemonia cultural a sobreposição ou hierarquia de uma cultura sobre a outra, não abrindo espaço para outras manifestações culturais. No Brasil nos podemos perceber ao longo da história algumas relações de produto cultural e sua hegemonia, as quais citaremos aqui dois casos.

Antes da semana da arte moderna, era somente valorizada a arte e os imóveis (patrimônio histórico cultural) que vinham da classe burguesa, erudita, européia, ou seja, brancos e homens, o que já condiz com a igreja, e isso causava uma hierarquia na cultura, pois a sociedade brasileira tem um povo miscigenado tinha uma complexidade muito maior, após a semana da arte moderna, a busca por uma identidade brasileira que realmente representasse seu povo, com isso a hierarquia existente foi amenizada, e isso podemos notar nitidamente comparando o período pré semana da arte moderna e pós.

A questão da hierarquia da cultura européia sobre as demais culturais do Brasil diluiu-se, mas ainda hoje temos alguns aspectos de hierarquia de produtos culturais como o catolicismo no Brasil, que é sobressalente às outras religiões, além disso, não abrindo espaço para as outras, o catolicismo praticamente monopoliza feriados, datas comemorativas (como Natal, Páscoa, Corpus Christi) e também simbolismos no próprio governo brasileiro, como por exemplo, cruz nos tribunais, ou as lajotas no STJ em Brasília, que representam o poder divino sobre os homens que é uma ideia cristã. Isso ocorre mesmo o Brasil sendo um país laico, onde em teoria não há uma religião definida, e assim abrir espaço para a diversidade religiosa, entretanto, não percebemos políticas eficazes para que a mesma ocorra.

A conseqüência dessa relação é um certo desconforto de identidade frente as diferenças culturais quanto ao que se refere a população, pois ao dar ênfase a certas manifestações ou produtos culturais, outros perdem espaço, gerando uma certa exclusão e/ou marginalização de outras manifestações ou produtos. Isso pode afetar também na integração da sociedade, pois quem não se integra ao tipo de manifestação que predomina, acabam por sofrer exclusão social, como exemplos disso, as tribos indígenas brasileiras que acabam sendo isoladas, temos uma imagem do bom selvagem, mas não há uma real valorização desses grupos que cause uma integração deles com os demais.

Grupo 2: Conceito de Hegemonia

Em história política, hegemonia é o termo usado para designar a autoridade de um povo sobre outro, seja por meios militares ou até mesmo culturais.

Em sua origem, na Grécia antiga, a patente surgiu da autoridade de um Estado dentro de uma confederação. Entre tanto, os diversos casos de hegemonia eram inconstantes, pois a sua duração era o tempo em que o Estado provido de hegemonia sofresse ataques de outros Estados. Três cidades da Grécia foram destacadas por sua hegemonia: Atenas, Esparta e Tebas. O Rei Filipe, da Macedônia, pretendia invadir a Grécia, na qual aliou-se aos países vizinhos e, unidos, conseguiram, provisoriamente, a hegemonia marítima pertencente a Atenas e a terrestre a Tebas. Entretanto, os macêdonios que eram dotados de maior poder, tanto em homens quanto em armas, conseguiram a hegemonia político-militar.

Em Política, o conceito foi formulado por Antonio Gramsci para descrever o tipo de dominação ideológica de uma classe social sobre outra, particularmente da burguesia sobre o proletariado e outras classes de trabalhadores.

Para ser mais preciso, em Gramsci quase nunca é possível o domínio bruto de uma classe sobre as demais, a não ser nas ditaduras abertas e terroristas. Para sardo, uma classe dominante só pode ser também dirigente se contar com alianças e o consenso passivo das classe e camadas subordinadas. Para isso, a classe dominante sacrifica, se necessário, alguns de seus interesses materiais, assim construindo uma hegemonia ético-política.

Estudando os mecanismos que constróem essa hegemonia, Gramsci chega ao conceito de “Estado Ampliado”. O Estado não é apenas um instrumento de força para servir a classe de domínio, como propõe o Marxismo, mas, exatamente, força revestida de consenso, coerção acompanhada de hegemonia. O Estado ampliado cabe na fórmula: sociedade política + sociedade civil. E, nas sociedades de tipo ocidental, a hegemonia não pode ser ignorada pelos grupos sociais dominados que desejam mudar sua condição e, assim, passar a dirigir o conjunto da sociedade.

O progresso civilizatório, por Gramsci, implica no fato de que, a longo prazo, todo o movimento deve acontecer no sentido de uma "reabsorção do Estado político pela sociedade civil", sempre predominando elementos de autogoverno e (auto)consciência. Gramsci mostra isso trazendo como exenplo os Cadernos de Cárcere onde há a formulação de uma crítica ao stalinismo, em que para ele havia traços de hipertrofia do Estado (aumento de seu poder), caracterizando-se assim uma situação de ditadura sem hegemonia, que não poderia durar por muito tempo.

Referências:

http://www.dicio.com.br/hegemonia/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hegemonia

www.achetudoeregiao.tv.br/politica/Hegemonia.htm

Grupo 6: Pesquisa sobre links (sites, blogs, entrevistas, documentários, filmes,etc) que abordem o tema.

Blog:

  • http://jondisonrodrigues.blogs.sapo.pt/7785.html

Artigo que faz uma discussão entre o conceito de ideologia, hegemonia e cultura.


Site:
  • http://www.fmauriciograbois.org.br/portal/cdm/revista.int.php?id_sessao=50&id_publicacao=113&id_indice=381


Fala sobre a ideologia  hegemonia na obra de Gramsci
  • http://ubi.academia.edu/JoaoCarlosCorreia/Papers/358419/Idologia_e_Hegemonia
Faz menção a um núcleo  semântico comum aos conceitos de ideologia e hegemonia  e associa aos significados destes, a utilização das formar simbólicas por parte de grupos sociais que lutam pela obtenção de reconhecimento para o  exercício do poder.

PDF:
  • http://www.nufipeuff.org/seminario_gramsci_e_os_movimentos_populares/trabalhos/Sergio_Rafael_Barbosa_da_Silva.pdf
Relaciona a obra de Gramsci e os movimentos populares.

Livros:

  •   Ideologia e Hegemonia. Niuvenius Junqueira Paoli. Ed Cortez e Moraes, 1981.
  •   O que é ideologia. Marilena de Souza. Ed Brasiliense, 1995.
  •  Hegemonia e Cultura: Gramsci. Anita Helena Schlesener. Ed Mercado aberto. 2007.
Filme:
Fight Club (Clube da Luta)

Ao contrario do que muitos pensam, Clube da Luta não é sobre violência, nem a banaliza. É um filme sobre ideologia, com uma critica bem acida sobre a sociedade moderna. Um dos melhores filmes dos últimos tempos, do tipo que não te deixa parar de pensar.
Lançado em 1999, do diretor David Fincher.
Vídeo:

Ideologia
Filósofo Paulo Ghiraldelli expõe suas ideias sobre ideologia no Centro de Estudos em Filosofia Americana, em São Paulo.


Musica:
Ideologia - Cazuza

Essa canção fala sobre um jovem que vendeu seus sonhos, que perdeu seus ideais diante do mundo em que passou a conhecer’ ele acrediatava que poderia mudar o mundo… mas viu que não seria tão facíl assim como ele acreditava que fosse quando criança, ele agora pede uma ideologia já que a dele o mundo e aquele agaroto que ia mudar o mundo vivem jogando na cara dele que está errada e que ele deve procurar outra” Meus herois morreram de overdose, meus inimigos estão no poder..é uma forma de protesto contra a ditadura… Se uma pessoa quer protestar, primeiro tenha argumentos e saiba falar, ele tinha toda uma capacidade para isso. Sinceramente, esta letra é fenomenal pelo fato de que mostra como o Cazuza se sentia naquela época. Se fomos pesquisar na área socilógica, no Pós-Modernismo percebemos que há perca de sentimento ideológico nas pessoas, que nos dias de hoje há uma grande massa que não levanta bandeira para partido político nenhum. “A queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro, foi o momento decisivo para acelerar a crise de todas as ideologias. Até aquela data havia uma divisão do mundo entre os blocos comunistas e capitalistas conferia ao grande parâmetro de como as sociedades se organizavam. [...] Com a queda do Muro de Berlim e a dissolução da URSS, a era das ideologias chegaram ao fim. Sobrou a perplexidade geral, sensação de desamparo e cada vez mais instável”.Este é um trecho de um livro sociologia.
Veja como Cazuza foi visionário. Ele já percebeu esta sensação de desamparo. Que até nossos ideias são fracos neste novo mundo.
Comentário de Meridiany Gonçalves — 21 de maio de 2011