sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Grupo 2: Conceito de Hegemonia

Em história política, hegemonia é o termo usado para designar a autoridade de um povo sobre outro, seja por meios militares ou até mesmo culturais.

Em sua origem, na Grécia antiga, a patente surgiu da autoridade de um Estado dentro de uma confederação. Entre tanto, os diversos casos de hegemonia eram inconstantes, pois a sua duração era o tempo em que o Estado provido de hegemonia sofresse ataques de outros Estados. Três cidades da Grécia foram destacadas por sua hegemonia: Atenas, Esparta e Tebas. O Rei Filipe, da Macedônia, pretendia invadir a Grécia, na qual aliou-se aos países vizinhos e, unidos, conseguiram, provisoriamente, a hegemonia marítima pertencente a Atenas e a terrestre a Tebas. Entretanto, os macêdonios que eram dotados de maior poder, tanto em homens quanto em armas, conseguiram a hegemonia político-militar.

Em Política, o conceito foi formulado por Antonio Gramsci para descrever o tipo de dominação ideológica de uma classe social sobre outra, particularmente da burguesia sobre o proletariado e outras classes de trabalhadores.

Para ser mais preciso, em Gramsci quase nunca é possível o domínio bruto de uma classe sobre as demais, a não ser nas ditaduras abertas e terroristas. Para sardo, uma classe dominante só pode ser também dirigente se contar com alianças e o consenso passivo das classe e camadas subordinadas. Para isso, a classe dominante sacrifica, se necessário, alguns de seus interesses materiais, assim construindo uma hegemonia ético-política.

Estudando os mecanismos que constróem essa hegemonia, Gramsci chega ao conceito de “Estado Ampliado”. O Estado não é apenas um instrumento de força para servir a classe de domínio, como propõe o Marxismo, mas, exatamente, força revestida de consenso, coerção acompanhada de hegemonia. O Estado ampliado cabe na fórmula: sociedade política + sociedade civil. E, nas sociedades de tipo ocidental, a hegemonia não pode ser ignorada pelos grupos sociais dominados que desejam mudar sua condição e, assim, passar a dirigir o conjunto da sociedade.

O progresso civilizatório, por Gramsci, implica no fato de que, a longo prazo, todo o movimento deve acontecer no sentido de uma "reabsorção do Estado político pela sociedade civil", sempre predominando elementos de autogoverno e (auto)consciência. Gramsci mostra isso trazendo como exenplo os Cadernos de Cárcere onde há a formulação de uma crítica ao stalinismo, em que para ele havia traços de hipertrofia do Estado (aumento de seu poder), caracterizando-se assim uma situação de ditadura sem hegemonia, que não poderia durar por muito tempo.

Referências:

http://www.dicio.com.br/hegemonia/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hegemonia

www.achetudoeregiao.tv.br/politica/Hegemonia.htm

2 comentários:

  1. achei interessante e na verdade é difícil pensar um mundo sem hegemonia, mas é mais ruim ainda quando vemos a dominação como evolução ou precedente da hegemonia... como vemos os EUA atualmente fazer com vários países.

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  2. Dado o exemplo de Antonio Gramsci, onde particularmente, é a burguesia que deseja dominar o proletariado, ela não poderá fazer isto, ao menos que tenha um novo regime político, estados terroristas ou sob uma forte ditadura. A classe que desejar a hegemonia cultural necessita abrir mão de algumas convivências para ter o poder; assim tentando estabelecer liderança sobre os oprimidos.

    O pensador italiano analisa outros exemplos como os dos franceses no século XIX onde ressalta que não vale da violência para governar, e sim dos meios culturais e ideológicos, pertencentes aos intelectuais.

    Ele concluí que a hegemonia cultural é a dominação ideológica de uma classe social a outra, onde elas buscam alianças e articulações para que consigam ter sua sobreposição ideológica quanto a outra esfera da sociedade

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